Quando nos propomos a pensar a arte indígena devemos levar em consideração a proximidade da História da arte com a Antropologia, é a partir desse segundo campo que se pode pensar a cultura do que eles caracterizam como povos não-ocidentais ou primitivos (CARDOSO, 2009).
Aprende-se, nos livros didáticos nas escolinhas e, bem depois, no ensino médio, uma ideia muito estereotipada do índio ou dos índios. Divulgou-se sempre uma imagem dos povos indígenas como homogênea, sem muita diferença do ponto de vista fisionômico, anatômico e cultural. Ou seja, como se todos venerassem um único e mesmo deus, uma mesma crença ou ritual. A diversidade cultural e de formas de vivências eram características desses povos.
Segundo Vidal as manifestações simbólicas estéticas para a compreensão da vida em sociedade das tribos brasileira sofrem o não reconhecimento de seu valor até a década de 1960, momento que recebe “impulso em bases teóricas e metodológicas renovadoras, levando paulatinamente, a uma formulação mais ampla em nível da pesquisa, do ensino, da organização do material visual nos acervos e museus, das exposições, dos recursos audiovisuais e das publicações específicas” (VIDAL, 2000, p. 13).
Geertz (1997), lembra que é difícil falar de arte, pois a arte parece existir em um mundo próprio, que o discurso não pode alcançar. De outra parte, a compreensão da arte revela, também, as suas consequências:
O sentimento de um indivíduo e o sentimento que um povo tem pela vida pode ser transmitido pela arte, mas não é transmitido unicamente por meio da arte, mas, surgem vários outros segmentos da cultura deste povo: na religião, na moralidade, na ciência, no comércio, na tecnologia, na política, nas formas de lazer, de direito e na organização da vida prática e cotidiana.
A proximidade da Antropologia com a História da Arte possibilita essa nova perspectiva sobre a arte, no qual ela pode ser visto dentro de contexto histórico, social e cultural. É somente nessa nova concepção que arte indígena é objeto de estudo.
Aprende-se, nos livros didáticos nas escolinhas e, bem depois, no ensino médio, uma ideia muito estereotipada do índio ou dos índios. Divulgou-se sempre uma imagem dos povos indígenas como homogênea, sem muita diferença do ponto de vista fisionômico, anatômico e cultural. Ou seja, como se todos venerassem um único e mesmo deus, uma mesma crença ou ritual. A diversidade cultural e de formas de vivências eram características desses povos.
Segundo Vidal as manifestações simbólicas estéticas para a compreensão da vida em sociedade das tribos brasileira sofrem o não reconhecimento de seu valor até a década de 1960, momento que recebe “impulso em bases teóricas e metodológicas renovadoras, levando paulatinamente, a uma formulação mais ampla em nível da pesquisa, do ensino, da organização do material visual nos acervos e museus, das exposições, dos recursos audiovisuais e das publicações específicas” (VIDAL, 2000, p. 13).
Geertz (1997), lembra que é difícil falar de arte, pois a arte parece existir em um mundo próprio, que o discurso não pode alcançar. De outra parte, a compreensão da arte revela, também, as suas consequências:
Em quase todo o mundo, fala-se da arte em termos que poderíamos chamar de artesanais – progressões de tonalidades, relações entre as cores, ou formas prosódicas. Esta tradição é ainda mais comum no Ocidente, onde temas como harmonia ou composição pictórica desenvolveram-se de tal forma que passaram a ser considerados como ciências menores e onde o movimento moderno, orientado para um formalismo estético cujo melhor representante no momento seria o estruturalismo, ou para os vários tipos de semiótica que buscam seguir-lhe os passos, não são senão uma tentativa de generalizar esta maneira de ver a arte, tornando-a mais abrangente, e elaborando uma linguagem técnica capaz de expressar as relações internas entre mitos, poemas, danças ou melodias em termos de abstratos e permutáveis (GEERTZ, 1997, p. 144).
O sentimento de um indivíduo e o sentimento que um povo tem pela vida pode ser transmitido pela arte, mas não é transmitido unicamente por meio da arte, mas, surgem vários outros segmentos da cultura deste povo: na religião, na moralidade, na ciência, no comércio, na tecnologia, na política, nas formas de lazer, de direito e na organização da vida prática e cotidiana.
Discursos sobre arte que não sejam meramente técnicos ou espiritualizações do técnico [...] têm, como uma de suas funções principais, buscar um lugar para a arte no contexto das demais expressões dos objetivos humanos, e dos modelos de vida a que essas expressões, em seu conjunto, dão sustentação (GEERTZ, 1997, p. 145).
A proximidade da Antropologia com a História da Arte possibilita essa nova perspectiva sobre a arte, no qual ela pode ser visto dentro de contexto histórico, social e cultural. É somente nessa nova concepção que arte indígena é objeto de estudo.
Bibliografia:
CARDOSO, R. A história da arte e outras histórias. In: Cultura Visual, n. 12, outubro/2009,
GEERTZ, C. O saber local: novos ensaios em antropologia interpretativa. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.
VIDAL, L. (org). Grafismo indígena: estudos de antropologia estética. 2. ed. São Paulo: Studio Nobel: FAPESP: Ed da Universidade de São Paulo, 2000.
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